Quando Jesus terminou o Seu curto ministério terreno, deu
início ao ministério de intercessão à destra do Pai Celestial. Hoje Ele está
sentado "a sua direita nos lugares celestiais, acima de todo principado, e
potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no
presente século, mas também no vindouro. E pôs todas as coisas debaixo dos seus
pés" (Ef.1:20-22). Cristo está assentado no seu trono. E o que Ele faz
ali? Está descansando do trabalho que realizara na terra por três anos e meio?
Esperando ser curado das feridas feitas em seu corpo pelos seus algozes?
Concedendo entrevistas aos santos que morreram? Ou passando o tempo posando
para as lentes das câmaras dos paparazzi angelicais? A Bíblia nos informa que
Ele está "à destra de Deus...e também intercede por nós" (Rm. 8:34).
Jesus tem um sacerdócio permanente, e vive sempre para interceder (Hb.
7:24-25).
Na seção 1, capitulo 2, citei um testemunho que gostaria de
expor novamente aqui: Em 1992, na cidade de Manaus, capital do estado do
Amazonas, numa quarta-feira, realizei um culto de jejum e oração na Igreja
Batista, no Bairro do Crespo ? Japiim I, onde Deus operou poderosamente.
Naquela inesquecível noite, eu caí em prantos, numa profunda agonia, como dor
de parto. Parecia que o meu coração estava literalmente se desfazendo. Eu
estava levando a Igreja a interceder por um objetivo: "a comunidade
local". No final do culto de oração, uma irmã por nome de Maria das
Graças, uma senhora de 55 nos, com lágrimas nos olhos, soluçando, pediu a
palavra e deu o seguinte testemunho: "Quando nós estávamos orando, Deus me
mostrou, em visão, o Senhor Jesus à destra de um Trono, cheio de glória, com as
Suas mãos traspassadas estendidas, orando ao Pai celestial em grande agonia. Na
proporção em que orávamos e chorávamos, Ele também orava e chorava. Jesus está
intercedendo conosco!". Esse testemunho nos mostra que Jesus é o nosso
intercessor à destra do Pai Celestial. O que a irmã Maria viu em sua visão foi,
na verdade, Jesus exercendo o seu ministério de intercessão à destra do Pai em
nosso favor!
Vejamos em que o sacerdócio de Cristo está respaldado:
No Seu Próprio Sangue
Mediante o sacrifício único do seu corpo partido, Jesus
removeu o grande véu que separava Deus dos homens e nos deu acesso direto ao
Santo dos santos, onde podemos entrar ? na presença do próprio Deus!
(Hb.10:1920). O sangue de Jesus derramado no Calvário aboliu a Antiga aliança e
efetivou a Nova aliança, através do qual podemos orar sobre uma base sólida. A
oração tem, por fundamento, a Nova aliança -"O sangue do Cordeiro
derramado no Calvário". Se orarmos sobre esta base, as nossas orações
atingirão o Trono da graça de Deus Pai (Hb.4:16), pois o próprio Jesus é o
nosso sacrifício perfeito e também o nosso intercessor. Deste modo, quando
Jesus derramou o Seu sangue na cruz do Calvário se tornou o nosso Intercessor
eterno à destra de Deus! Seu sacerdócio está respaldado no Seu próprio SANGUE!
Em 1986, numa sexta-feira de consagração, vi o Senhor Jesus
em visão (experiência esta que nunca esquecerei), suas mãos estavam estendidas
em minha direção; as marcas dos cravos permaneciam vivas nos seus pulsos, como
testemunhas do seu Sacrifício vicário no Calvário. Não tenho dúvida
nenhuma de
que, à destra do Pai Celeste, Jesus estende as suas mãos para que as nossas
orações sejam recebidas por Ele (At.7:55,56). Deus jamais receberá uma oração
que não tenha por base o Sacrifício do Seu Filho Unigênito; pois Ele é o nosso
Sacrifício perfeito e o nosso Sumo sacerdote ante a face de Deus Pai. Aleluia!
É muito poder!
Na Sua Divindade e Humanidade
O fato de Jesus ser Deus-homem, Ele pode representar a
humanidade à destra de Deus. A Palavra de Deus diz em Hebreus 7:25:
"Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a
Deus, vivendo sempre para interceder por eles". Quando você pensar que
está sozinho, lembre-se: "Jesus também é homem e nos representa legalmente
à destra do Pai celestial e está intercedendo a nosso favor". Ele é um
intercessor humano que nos representa perante Deus, isto é, Jesus não se coloca
diante do Pai em nosso favor como Deus, porém, como HOMEM. E como será que
Jesus se coloca diante de nós, a favor de Deus? Como DEUS! Sabem por quê?
Porque Jesus é DEUS-HOMEM. Isto não é fantástico? Temos um Intercessor DIVINO e
perfeitamente HUMANO. Se Jesus fosse apenas divino não poderia se tornar o
nosso Intercessor, e se ele fosse somente humano o Seu sacrifício não teria o
valor devido, portanto, foi necessário que o Filho eterno de Deus nascesse por
meio de uma virgem e como homem apresentasse a Deus um sacrifico perfeito
tornado-se por meio dele o nosso Sumo-sacerdote. Logo chegamos à seguinte
conclusão: Em Jesus Cristo há um homem no Céu, junto ao trono da graça. Ele
também é Deus. É o Deus-homem o que torna possível o Seu sacerdócio à destra de
Deus Pai. Ele está na brecha, entre Deus e nós. Ele é o nosso perfeito
Intercessor! (Ver I Tm.2:5).
Na Necessidade de um Intercessor
Provavelmente um dos grandes versículos sobre intercessão,
destacando a qualidade e a necessidade do Intercessor perfeito, está em Jó
9:32,33: "Porque ele não é homem, como eu, a quem eu responda, vindo
juntamente a juízo. Não há entre nós árbitro que ponha a mão sobre nós
ambos". O que Jó está querendo dizer com estas palavras? As palavras de
lamento dele eram exatamente estas: Deus não é homem como eu. Gostaria de
chegar diante dele e apresentar a minha causa, mas Ele não é meu igual, e não
tenho alguém (um intercessor) que se coloque entre nós dois. Não posso ir a
Deus, não há alguém que coloque a mão no meu ombro e no ombro d`Ele". Que
quadro triste Jó nos mostra! Esse homem de Deus está afirmando que não havia um
intercessor à altura que pudesse fazer intercessão entre Deus e ele. Jó estava
certo na sua afirmação: Havia necessidade de um intercessor! Mas quem poderia
tapar a brecha entre Deus e a humanidade? Quem poderia preencher os
pré-requisitos de um Intercessor perfeito? Só uma pessoa pôde apresentar-se a
Deus qualificado para suprir a necessidade de um Intercessor ? JESUS, O
DEUS?HOMEM!
A intercessão é tão vital, que Deus providenciou um
Intercessor que não pode falhar. Esse Intercessor é o FILHO DO HOMEM, nasceu na
Terra, recebeu um corpo humano, logo, legalmente, Ele pode se colocar diante de
Deus a favor da humanidade. Em contra partida, Ele também é o FILHO ETERNO DE
DEUS e pode Se colocar diante da humanidade a favor de Deus. Destarte, JESUS É
O ÚNICO INTERCESSOR que pôde suprir a necessidade de um Intercessor, e por a
Sua mão intercessória no OMBRO DE DEUS e NO OMBRO DO HOMEM! É nisto que se
respalda o sacerdócio de Cristo!
Na Sua Vitória contra o pecado
Se Jesus tivesse pecado, quando aqui esteve, Ele não poderia
ser o nosso perfeito Intercessor. Todavia, sua vida foi santa, sem pecado, pois
assim testemunham as Escrituras a seu respeito: "Cristo,... Cordeiro
imaculado e incontaminado... Santo, inocente... sem pecado... (I Pd.1:19; Hb.
4:15; 7:26). Ele obteve vitória sobre o pecado! Jesus experimentou todas as
fraquezas humanas, porém, sem ceder ao pecado. Portanto conhece, por
experiência pessoal, a urgência e aperturas das nossas necessidades. Para ver como
a Epístola de Hebreus dá ênfase a este fato, leia cuidadosamente
2:11-18;4:14-16; 5:1-10. O Senhor Jesus conhece, experimentalmente, a fraqueza
humana, as tentações que procedem das limitações da natureza humana: e conhece
o poder, a sutileza e a crueldade de Satanás. Ele conhece todas estas coisas,
embora nunca tenha cedido a uma tentação sequer. Pense demoradamente neste
ponto, pois é uma das bases em que o Seu sacerdócio está respaldado!
Quando Arão entrava para interceder pelo povo de Israel,
levava sobre o seu peitoral sobre o qual estavam inscritos os nomes das doze
tribos (Êxodo 28:29). Assim, Jesus leva sobre o Seu peito o nome de cada um de
nós, que somos Seus irmãos, enquanto intercede por nós diante do Seu Pai e
nosso Pai. A Intercessão de Cristo não é a de um advogado profissional, mas o
pedido de um IRMÃO AMADO que simpatiza conosco, conhecedor que é, por
experiência pessoal, da urgência das nossas necessidades. Aleluia! É muita
benção!
Permitam-me contar-lhes um fato que aconteceu em minha vida,
como ilustração do que estou falando acima: Em 1987, numa quinta-feira chuvosa
e nublada, me senti fraco e desanimado no caminho do Senhor. Fiz corpo mole
diante dos apelos da carne e fui tentado a ceder aos apelos de minha natureza
pecaminosa. Quando eu estava quase caindo de vez no abismo da perdição, então,
ouvi o próprio Senhor dizendo em meu ouvido direito: "Sei o que estás
sentido em tua carne, pois Eu passei por isso também, mas EU venci. Portanto,
você pode vencer como EU venci!". Estas palavras despertaram-me para o
fato de que, Jesus entende o que nós passamos, porque Ele vivenciou as
limitações e as fraquezas humanas, mas sem pecado. Hoje, Ele é o nosso
Intercessor qualificado para interceder por cada um de nós, junto ao Pai
celestial, pois conhece, por experiência própria, as nossas limitações e
fraquezas: "Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se
das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem
pecado" (Hb. 4: 15).
Os dois tipos de intercessão
Quando Arão entrava no lugar Santíssimo, conduzia consigo
parte do SANGUE que tinha sido derramado ao pé do altar e espargia-o sobre o
propiciatório da arca, na imediata presença de Deus (Ver. Lv. 16:15). Isto era
uma prova, aos olhos de Deus, que os pecados do povo tinham sido expiado, pela
morte de um substituto por Deus mesmo indicado. Assim, também, quando Cristo
ofereceu a Si próprio na Cruz, subiu aos céus para apresentar as provas da sua
morte diante de Deus, o Pai: "... mas no mesmo céu para agora aparecer
diante de Deus por nós" (Hb. 9:24). De que modo Ele está ali diante dos
olhos de Deus? Diz o livro de Apocalipse: "Vi no meio (diante) do trono...
um Cordeiro em pé, como se tivesse sido morto" (Apc. 5:6, 7;). Cristo está
agora nos céus perante aos olhos de Deus expondo as provas da Sua morte: as
feridas das Suas mãos, dos pés e do Seu lado. As cinco feridas recebidas no
calvário constituem as súplicas silenciosas, efetivas, em nosso favor. Esta é a
sua intercessão silenciosa!
Intercessão Ativa
Quando Arão entrava no Santo dos Santos para ministrar a
favor do seu povo, na presença de Deus, tomava consigo não só o sangue, mas
também um INCENSÁRIO cheio de incenso (Ler Lv.16:12,13). Na Bíblia, o incenso é
símbolo universal da oração. Salmos 141:2; Lucas 1:10; Apocalipse 5:8. Assim
também Cristo como nosso Sumo sacerdote, não está somente, de modo silencioso,
intercedendo a nosso favor apresentando as provas da Sua morte, diante dos
olhos de Deus. Ele está igualmente, de modo ativo, intercedendo por nós,
oferecendo a Deus, Pai, petições definidas em nosso favor.
Para que e por que Ele intercede?
Será que podemos saber quais são estas petições que Jesus
apresenta ao Pai, em nosso favor? Cremos que sim, pois estamos lembrando da
Grande oração sacerdotal do capítulo 17 de João, na qual apresentou ao Pai
pedidos definidos pelos Seus discípulos, e por aqueles que haveriam de crer
n?Ele através dos testemunhos dos próprios discípulos. E pensamos ter o legítimo
direito de julgar que Jesus está, atualmente, apresentando as mesmas petições
em nosso favor. Quais são esses pedidos? Voltemos ao capítulo 17 de João e
procuremos cuidadosamente:
a) Para que sejamos guardados do maligno: "Eu rogo por
eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. E
todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e nisso sou
glorificado. E eu já não estou mais no mundo, mas eles estão no mundo, e eu vou
para ti. Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um,
assim como nós" (vs. 9-11).
b) Para que sejamos santificados: "Santifica-os na tua
verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, também
eu os enviei ao mundo. E por eles me santifico a mim mesmo, para que também
eles sejam santificados na verdade" (vs.17-19).
c) Para que sejamos um: "E não rogo somente por estes,
mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim; Para que todos
sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em
nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu dei-lhes a glória que a
mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. Eu neles, e tu em mim, para
que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me
enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim"
(vs.20-23).
d) Para que sejamos glorificados: "Pai, aqueles que me
deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a
minha glória que me deste; porque tu me amaste antes da fundação do mundo"
(v.24).
Guardados, santificados, unificados, glorificados ? Tais são
as petições que Jesus está atualmente apresentando a Deus, o Pai, em nosso
favor. Reflita no significado de cada uma dessas petições à luz do ensino do
capítulo 17 de João. Se eu fosse fazer uma dissertação sobre cada uma dessas
petições, certamente, escreveria um opúsculo!
Lembremo-nos também de que, enquanto a obra de Jesus na
Terra foi realizada no passado e efetuada uma vez por todas, Sua obra intercessória
nos céus é presente e contínua. Observe a ênfase do tempo presente dos verbos,
em Hebreus 9:25; 7:25; Romanos 8:34.
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